sábado, 25 de fevereiro de 2012

QUEBRANDO O FRASCO, PERFUMANDO AS NAÇÕES

             Nas escrituras está registrado um acontecimento que marcou a história e serve de testemunho para todas as gerações: o derramamento de um perfume por uma mulher. Assim está escrito em Marcos 14.3,9: E, estando ele em Betânia, assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça”; Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória”.
       O que vemos nessa passagem é Yeshua marcando a história de uma vida e com o exemplo dela marcando as gerações. Nossas decisões, atitudes e convicções podem mudar nossa história e também tem o poder de deixar marcas e legados para as futuras gerações. Podemos marcar a história através da fé, da humildade e generosidade.
      O vaso de alabastro era feito de uma espécie de mármore branco da região de Alabastron, no Egito. Este era, portanto, um antigo frasco helenístico de alabastro, do Egito. As mulheres judias normalmente tinham um desses frascos, usando-o pendurado no pescoço. Guardavam para uma ocasião muito especial, a noite de núpcias, onde despejava toda a fragrância de nardo no leito. Na noite de núpcias ela quebrava este vaso e aspergia o nardo em seus lençóis. Aquele momento era muito especial para ela, pois guardava o perfume e aguardava ansiosamente por essa ocasião.
O nardo era um bálsamo raro extraído de uma planta nas regiões do Himalaia na Índia, sendo um produto importado de longa distância, era um produto raro e caro. O vaso continha uma quantidade que custaria o salário de um trabalhador de um ano inteiro. Por que era necessário quebrar o vaso? Ele foi feito para ser quebrado. Possuía umas ranhuras em espiral para facilitar a quebra. O nardo era para ser usado de uma só vez, numa só ocasião. Era para ser usado com a pessoa mais especial para a mulher. Assim, ela ungiu Yeshua, pois ele era o noivo especial esperado, mais precioso do que um caro perfume.
Nós somos como vasos de alabastro, especiais. Nosso coração é o frasco e dentro de nós há uma fragrância, o bom perfume do Messias (2 Coríntios 2.15). O nardo é o que temos de melhor dentro de nós, é a presença de Deus, manifestada pelo amor, adoração e devoção que temos por Ele. Devemos quebrar nosso coração diante de Yeshua e do Eterno Pai. Ele é nosso amado, nosso redentor, nosso noivo especial que aguardamos seu retorno para a redenção. Esse perfume deve ser compartilhado entre as pessoas de todas as nações. O nardo tem que ser derramado e sua fragrância espalhada por toda a casa, assim todos sentirão seu perfume suave.
Devemos quebrantar nosso coração para sermos aceitos por Deus. Nos Salmos 51.17 nos diz que um coração quebrantado e contrito Deus não desprezará, mas será aceita. O frasco representa nosso exterior, aquilo que mais valorizamos. Deus não está interessado em nossa aparência, mas no perfume que está dentro de nós.
A atitude daquela mulher, de valorizar a Deus e seu filho, de dar o seu melhor, o mais precioso reservado para Yeshua, levara a ter uma experiência de aceitação e graça maravilhosa na presença de Deus. Ela tinha gratidão em seu coração pelo que Deus havia feito em sua vida. Além disso, com seu exemplo, Deus marcou sua história e deixou como testemunho para as futuras gerações e para todas as nações da terra.

Baruch Habbah B’shem Adonay!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O SOM DO CÉU


“Bem-aventurado o povo que conhece o som alegre; 
andará, ó SENHOR, na luz da tua face.”( Salmos 89.15)
 
                 O que iremos aprender e vivenciar nesses dias são algo sobrenatural que brotará por meio de um louvor sincero e adoração verdadeira diante do Eterno, que nos criou e nos ensina a adorá-lo de forma plena, de forma que alcancemos a luz do seu rosto. Conheceremos o poder dos sons, quando liberados na frequência do sobrenatural e o impacto que isso traz para o mundo espiritual e físico. Deus libera cura, libertação de cativos, e expulsa todo o mal das trevas por meio do som do céu através do louvor e adoração de seu povo. Prepare-se para grandes coisas que fará o Senhor nesses últimos dias. HaleluYa!!! Louve a Deus!!!

O SOM DO CÉU
O som percorre velocidades incríveis de 430 metros por segundo em uma temperatura aproximada de 20 graus, numa frequência em média de 20 hertz. O som vibra em vários ambientes e materiais. Propaga-se no ar, vibra em cordas, metais entre outros. Quando emitimos um som, seja com a voz, com palmas ou instrumentos, algo acontece fisicamente, mas principalmente na esfera espiritual. Os sons atingem os tímpanos de nossos ouvidos, nosso cérebro então reconhece tais sons, passamos a  identifica-los e reagimos a eles de alguma forma. Foram realizados estudos científicos sobre o poder do som sob as águas. Várias palavras foram ditas sobre recipientes com água e fotografadas microscopicamente, onde se obteve os resultados das moléculas que se formaram. Nas fotografias, as palavras boas como amor, formava um desenho tipo uma flor, já a palavra ódio gerava um desenho complexo e sombrio. Agora, imagine você emitindo sons com palmas, gritos de júbilo, cânticos e instrumentos na presença de Deus. O resultado espiritual que isso gera é algo imensurável!
Bat Kol em hebraico significa Som do Céu, ou filha da voz. No céu há muitas vozes e diversos sons. Precisamos ter os ouvidos abertos para ouvir o som do céu e a voz de Deus. Muitos dos homens de Deus da Bíblia como Noé, Abraão, Moisés, Davi e outros ouviram a voz de Deus. Moisés ouviu o som que vinha do monte Sinai, onde Deus estava. Ali soava um forte som de buzina. Era o toque do Shofar. Aquele som era tão forte que estremecia o monte e ressoava no povo lá em baixo.
"E aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina (shofar) mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial."  (Êxodo 19 : 16).
Na vinda de Jesus iremos ouvir o som do céu, o toque do Shofar de Deus soado pelos anjos e a voz de arcanjo, que é o brado de vitória anunciando a chegada do Noivo Yeshua. Todos os que estiverem preparados ouvirão os sons vindo do céu.
           Na queda dos muros de Jericó os sacerdotes emitiram vários sons ordenados por Deus. Primeiro tipo de som: Sons de pisadas. Caminhavam marchando em volta dos muros; segundo: Som do Shofar. Tocaram os 7 shofarim (sete shofars); terceiro: Som da voz. Deram gritos, brados. O resultado disso foi que a frequência de todos os sons emitidos foi tão alta que vibraram fortemente sobre o solo e sobre os muros, que não resistiram e vieram a ruir (Josué 6.20). Há poder nos sons, nas palavras e nas melodias cantadas e oradas, também Deus quer usar a harmonia e os ritmos produzidos por aqueles que têm sua vida em conexão com Deus.
Por meio dos sons emitidos nos louvores do povo segundo a ordem de Deus produziu uma sequência de sons ininteligíveis que confudiu a mente dos inimigos, sendo que seus neurônios levaram mensagens com interferências e os comandos do cérebro deles foram perturbadores, de tal maneira que foram destruídos.
"E, quando começaram a cantar e a dar louvores, o SENHOR pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram contra Judá, e foram desbaratados."  (II Crônicas 20.22)
No santuário, diante do trono de Deus os seres angelicais emitem sons que revelam a glória de Deus. Os serafins voando ao redor do trono dizem: “Kadosh, Kadosh, Kadosh, Adonay Tsavaoth (“Santo, Santo, Santo, é o Senhor dos Exércitos”). São sons repetidos na mesma frequência e mesmo tom que engradecem a Deus e agradam a Ele (Isaias 6.3). Deus habita entre os louvores de seu povo.

O SOM DA ALEGRIA
            Existe um poder liberado quando adoramos o Criador, o Deus Todo-Poderoso. Precisamos vivenciar o Som da Alegria que está nos louvores e cânticos alegres. Precisamos festejar diante do Eterno Deus. O culto deve ser uma festa. Quando o povo de Israel foi chamado por Deus através de Moisés, era pra cumprir um propósito: realizar uma festa ao Senhor. Deus queria festejar com o povo. Deus quer que seu povo tenha alegria e celebre com júbilo ao seu Nome. A alegria atrai a presença de Deus. O próprio Deus declarou que está no meio dos louvores do seu povo (Salmos 22.3). Por isso o Eterno se move em meio a frequências sonoras vindas do coração do adorador. Há uma manifestação de Deus quando adoramos a Ele de forma espiritual.
Há mistérios insondáveis quando o louvamos com sons, instrumentos e voz e palmas. Portanto, precisamos estar entronizados espiritualmente com Deus. Para que sua presença se manifeste, é preciso estar liberados em mente, corpo e espírito para Deus se mover em nosso meio. Somos livres para nos expressar. Precisamos nos liberar nas expressões diante do Senhor, no meio da congregação. Muitos estão presos, ficam calados, não batem palmas, não dançam, não pulam, não correm, não se expressam, porque se encontram ainda em estado de cativeiro mental, emocional e espiritual.
Deus irá derramar sobre sua congregação uma unção com óleo de alegria. Sairá toda angústia, tristeza, depressão, desânimo, vergonha, timidez que impede você se ser alegre diante do Senhor. Prepare sua vida para receber desse óleo precioso. Deus irá te libertar do cativeiro e te fazer livre para adorá-lo, pois onde há o Espírito de Deus aí há liberdade (2 Cor 3.17). Está escrito em Isaias 61.3: “A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado.”

O SOM DO SHOFAR
Quando Deus está entronizado em nosso meio, no meio dos nossos louvores, emitimos sons que emanam do Espírito, que são verdadeiros sons do céu. Esses são momentos em que os inimigos são confundidos, o céu recebe nossos louvores como incenso e nossos sons vibram na frequência do Espírito de Deus. A Bíblia diz que não sabemos orar como convém, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis, que são sons do céu (Romanos 8.26). Muitas vezes você será levado a dar brados de vitória, gritos de júbilo e emitir sons imitando o shofar. Você é um shofar humano que Deus quer usar como instrumento para realizar a vontade dEle.
O shofar é um instrumento usado pelos hebreus desde Abraão até os dias de hoje. Ele emite sons definidos como chamado para guerra, preparação, arrependimento e comunhão com Deus. Há toques para ajuntamento do povo. Há toques de guerra, retinindo repetidamente, que faz o inimigo se confundir. Há também toques sequenciais em nove sons idênticos, representado as lágrimas do sofrimento do Senhor pelo seu povo, chamando-os ao arrependimento. Há toques que representam a aproximação de seu povo para chegar-se a Deus. Não são meros toques emitidos, mas o shofar é um instrumento que tem similaridade no céu.
A voz de Deus soava como shofar no monte, os anjos anunciarão a vinda do Senhor com shofar, e somos verdadeiros shofar vivos. O Shofar, tanto o de chifre de carneiro, quanto o de antílope deve ser limpo e purificado, tirado toda a carne que fica como resíduo dentro dele. Tudo é removido e limpo com azeite quente e depois estará pronto para ser usado. Somos o shofar de Deus, que devemos ser limpos por dentro, dai sairá verdadeiros louvores e adoração ao Altíssimo para seremos instrumentos de Deus.
É tempo de produzir e ouvir o som do céu. Ter ouvidos abertos e banhado em óleo para discernir os sons do espírito. Nossa comunhão com Deus gerará os timbres, sons e ritmos que, junto com as palavras geradas pelo Espírito Santo em nossos corações, produzirá uma ação no mundo espiritual. Os sons do shofar e dos brados geram uma ordem profética nas regiões celestiais, provocando a intervenção poderosa de Deus e as manifestações de seu Espírito. “Toquem o shofar (trombetas) em Sião”. O shofar é símbolo do profeta, do anunciador de boas novas, do que proclama uma realidade que está para se concretizar.
Que o povo de Deus nesses dias toquem instrumentos de uma forma diferente e poderosa. Batam palmas que ressoem como ondas sonoras até os céus. Deem gritos e brados de júbilo. Orem com fervor e declarem a Santidade do Altíssimo. Orem e cantem cânticos novos em línguas e com gemidos inexprimíveis produzidos pelo Espírito. Adorem de todo o coração e louvem com alegria, que os céus se abrirão e descerá a Shekinah de Deus como resposta. HaleluYah!!!

RESTAURANDO O TABERNÁCULO CAÍDO DE DAVI


Amós 9.11 /Atos 15.15-18

            O Tabernáculo de Davi foi tão importante que teve lugar nas profecias bíblicas, tanto na Antiga Aliança, quanto na Nova Aliança. Isso, porque ele teve uma grande relevância no culto e adoração ao Todo-Poderoso Deus. Davi estabeleceu a ordem davídica da adoração.
Deus queria mudar e estabelecer seu modelo de culto. Então, usou davi para estabelecer a adoração plena, com cânticos, júbilo, adoração, danças, instrumentos e alegria celebrando a Deus sem medida.
Antes de Davi, Moisés levantou a Suká (Tebernáculo) do Eterno. Fez conforme o modelo que Deus ordenou. O Tabernáculo de Moisés estava no Monte Gibeom, esse monte fala da Lei do Sinai. Gibeom significa (Colina Elevada) II Crônicas 1.4; I Crônicas 15.1; Salmo 76.2. Mas, o Tabernáculo de Davi estava sobre o monte Sião, na Cidade de Davi, Jerusalém, de onde ordena a bênção e a graça de Deus para sempre. HaleluYah!   
Os dois tabernáculos (Sukots) estavam funcionando simultaneamente. O de Moisés no monte servia para realização de sacrifícios diários. No de Davi em Sião era para se estar diante do Eterno Deus constantemente em atitude de louvor e adoração. No Tabernáculo de Moisés realizavam-se sacrifícios de animais manhã e tarde (I Crônicas 16.40-43). Mas no Tabernáculo de Davi tinha sacrifícios de louvor 24 horas.
O Tabernáculo de Moisés tinha pátio, o de Davi não.
O Tabernáculo de Moisés tinha um Véu separando os sacerdotes do sumo sacerdote, separando o lugar santo do santo dos santos, o de Davi não, pois lá todos os sacerdotes podiam estar diante da arca.
O Tabernáculo de Moisés ficou sem a Arca da Presença, o de Davi tinha a Arca da Presença, a Aaron Ha Kodesh (Arca sagrada).
O Tabernáculo de Moisés funcionava com sacrifícios de animais diários, o de Davi com sacrifícios de louvor diário.
No Tabernáculo de Moisés tudo era feito em silêncio, não havia louvor. O Tabernáculo de Davi era um lugar onde havia um Ministério de Música com vários instrumentos (I Crônicas 15.16; 25.1-4; I Crônicas 23.5.
No Tabernáculo de Moisés, somente o Sumo sacerdote podia ministrar diante da Arca uma vez por ano, pois tinha um Véu que separava. O Tabernáculo de Davi colocou os levitas diante da Arca para ministrarem diante do Eterno (I Crônicas 16.4,37). Havia o tabernáculo Real, do trono de Davi e o Tabernáculo Sacerdotal, da Arca. Ele é tanto Rei como Sacerdote. O Tabernáculo real se une ao Tabernáculo Sacerdotal, formando o Tabernáculo perfeito para Deus.
O Messias Yeshua é o nosso tabernáculo. Ele é a representação do tabernáculo eterno. Ele mesmo disse em João 14.6: “Anochi Ha Derech, veHaEmet, ve ha-Chaim (Eu Sou O caminho, a Verdade e a Vida)”. Yeshua é o átrio do tabernáculo, ele é o Caminho (Ha Derech). Yeshua é o altar, ele é a Verdade (Ha Emet). E Yeshua é o lugar Santo, onde está a Arca, ele é a Vida (Ha Chaim). No caminho é onde caminhamos, louvamos, adoramos, mantemos comunhão. Muitos podem estar no caminho, mas ainda não encontraram a verdade. Podemos conhecer a verdade, ser livres, participarmos do altar, sermos purificados, mas precisamos ter vida, a presença do Pai e seu Espírito pleno em nós. Somente quando saímos do altar e entramos no lugar Santo é que podemos nos achegar sem o véu que põe limites e estar diante da Arca da presença, adorarando o Pai em Espírito e em verdade (João 4.24)
A palavra Shahah no hebraico significa adorar, prostrar-se. Significa reverenciar, honrar, prestar homenagem e devoção a alguém. Adorar em espírito e em verdade é o tipo de adoração que não foi elaborado pelo homem e pela religião. Não depende de lugar, de objetos, de ritos. Mas provém de um coração regenerado e redimido, cheio de amor, devoção, adoração e vontade de agradar a Deus. É uma adoração livre, sem barreiras, de forma espiritual, conduzida pelo próprio Espírito de Deus. E é uma adoração verdadeira, que não é exterior, legalista ou formal, mas que vem de um coração quebrantado e contrito diante do Eterno (Salmos 51.17).
Yeshua e os discípulos, também a igreja do primeiro século celebravam as festas do Senhor. As festas bíblicas continuavam como forma de gratidão, expressão de alegria e louvor ao Deus de Israel. Não era diferente com Hag Sukot, a Festa dos Tabernáculos. Eles celebravam como atos proféticos relacionados ao Messias. No Evangelho segundo João, capítulo 7, versículos 37-39 relata a participação de Yeshua na Festa dos Tabernáculos.
37 E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. 38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. 39  E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.
            O último dia da festa dos tabernáculos, que era o sétimo dia, era chamado de Hoshana Rabbah (o Grande dia, “Salva-nos”). Era uma oração messiânica clamando a Deus pela vinda do Messias Salvador. O último dia da festa era o mais especial. O sacerdote vinha com uma bacia cheia de água tirada do tanque de Siloé (Shiloach), que significa o Enviado. Ele levava até o Sumo-sacerdote diante do Altar, e este derramava a água junto ao altar, enquanto soava o toque do Shofar, música, dança e Salmos de alegria e louvor a Deus. A água representava a chuva de Deus e o derramamento do Espírito Santo. Algumas comunidades começavam a derramar água uns nos outros na festa dos Tabernáculos.
            Com a vinda de Yeshua Ha Mashiach (Jesus, o Ungido) o tabernáculo de Davi foi restaurado. A adoração diante de Deus com júbilo, alegria, palmas, danças e louvor diante da Arca Sagrada, que é a presença de Deus foi restaurado (1 Cr 16.4-38). A ordem de adoração de Davi veio sobre nós, de forma que podemos ministrar ao Senhor sem barreiras, pois não existe mais o véu que separa-nos da presença de Deus. O que Deus restaurou no Tabernáculo de Davi nos últimos dias?

a)      Sacrifícios de júbilo (Salmos 27.6)
b)      Ações de graças (Salmos 116.17)
c)      Sacrifícios de louvor (Salmos 51.17 / Salmos 50.23)
d)     As Festas do Senhor (Salmos 42.4)

A profecia de Amós 9.11, confirmada em Atos 15 foi cumprida com a vinda de Jesus e sua morte na cruz. O louvor a Deus tornou-se mais vivo, pois há motivos de alegria e júbilo, pois o Hoshana Rabbah foi cumprido, Yeshua veio e nos salvou, por isso estamos em festa!!! HaleluYah!!!
            Somos tabernáculos, você é tabernáculo do Deus vivo. Deus não prometeu a restauração do templo, pois sempre habitou em tendas. Deus gosta de Tabernáculos porque uma adoração em espírito e em verdade não depende do templo, mas do tabernáculo. Somos o tabernáculo de Davi restaurado, a Igreja e congregação de Deus. Seu corpo é templo do Espírito para abrigar a Arca da Sua Presença! Adoremos a Deus no corpo, com expressões de louvor, na alma, com coração quebrantado e contrito e, no espírito, cheios da presença da Shekinah do Eterno, que nos leva para mais perto dEle e nos faz agradáveis e aceitáveis à Sua presença.
O tabernáculo de Davi é você e eu. E juntos, permaneceremos na celebração da vida, da graça, da salvação, do milagre, do livramento, da salvação e das bênçãos recebidas do céu.

           
Hag Sameach Sukot (Feliz Festa dos Tabernáculos)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O MISTÉRIO DAS ÁGUAS VIVAS



João 4.9-15

INTRODUÇÃO

Resolvi escrever iniciando com a palavra mistério, sem a pretensão de parecer místico, ou transmitir algo demasiado complexo que alguém não possa compreender. Ao contrário, o mistério não está na expressão, nem mesmo no fato de água viva ser mais comum na cultura judaica do que na ocidental. Porém, no fato de a operação do Espírito Santo ser comparada como um rio implicar em uma infinidade de manifestações, que não são reveladas de antemão, mas se darão a medida da experiência subjetiva com Deus. Ele é quem libera a aplicação da água viva de forma transcendente, operando de forma sobrenatural na vida do que confia em Deus. O mistério da água viva não é o conhecimento didático do termo, mas a profundidade no mergulhar no mover do Espírito de Deus e receber cura, vida e transformação. Portanto, precisamos experimentar o mistério da água viva dentro do ministério da água viva, que é o ministério do Espírito.

SEGREDOS DA ÁGUA VIVA

            Mistério é algo que está aparente aos sentidos sem ser percebido em sua essência e natureza. Conseguimos perceber apenas a parte exterior, sem compreender a profundidade e suas implicações.
            A água estava em nossa galáxia antes mesmo do mundo ordenado ser criado. A bíblia diz no livro dos começos, dos princípios que o Espírito de Deus se movia, pairava, agitava as águas que cobriam a terra. Sabemos que hoje, as águas cobrem setenta por cento da superfície terrestre. Também, que o homem é composto por setenta por cento de água. A água está em tudo, pois ela é a fonte primária da existência da vida. A água está presente na criação de novas estrelas, como também em cada ser vivo neste planeta. Não vivemos sem a água, por isso Deus escolheu a água com um dos símbolos representativos do Espírito Santo. Um detalhe, porém é necessário compreender. Não é simples água, mas água viva.
            Água viva era mais comum na cultura judaica do que pensamos. Quando Jesus falou para a mulher samaritana sobre ele lhe dar água viva, ele não estava falando nada que ela não soubesse. O fato é que ela apenas não possuía. Yeshua não estava falando de forma mística ou misteriosa, nem usando simbolismos espiritualistas. Mas utilizou um termo corrente em sua época.
Água viva para o entendimento da cultura nos tempos de Yeshua significava águas correntes. Ou seja, água de rio, de cachoeira, de uma fonte, etc. Deus não age em águas paradas, as águas precisam se mover, pois nela há vida e através dela vem a vida de Deus.
            Um sacerdote não utilizava qualquer água para a purificação e serviço no templo. Utilizava água viva. Numa região desértica como Israel a água era escassa, como o é ainda hoje. Quem tivesse uma fonte ou poço como propriedade era considerado afortunado. Por isso a samaritana entendeu de forma literal. A expressão era comum, porém o sentido era espiritual. Yeshua estava oferecendo a verdadeira água viva, que vem do rio de Deus, que é o Espírito de vida, que renova, transforma e lava o interior de quem confia em Deus.
            Existem as águas que vem de baixo, águas que vem da terra e águas que vem de cima. As que vêm de cima são chuvas de bênçãos derramadas a todos, como sinal da benção de Deus. As que vêm da terra são águas de um rio que estão à disposição dos que buscam. Porém, há águas que vem de baixo, que é necessário cavar bem fundo para alcançá-las. Assim é o mistério das águas, elas estão em baixo, escondidas na profundidade, esperando os desejosos por sabedoria e conhecimento das profundezas de Deus.

            MINISTÉRIO DAS ÁGUAS
           
As nascentes do rio Jordão (Yarden) ficavam próximas ao mar da Galiléia, que na verdade é um grande lago e não um mar. O jordão passa pelo lago de Kineret (como era chamado o mar da Galiléia) e desemboca no Mar Morto, a 390 Km abaixo do nível do mediterrâneo, sendo o ponto mais baixo da terra.
            O mar da Galiléia foi onde Yeshua desenvolveu boa parte de seu ministério e realizou grandes milagres, entre eles o de andar sobre as águas (Mateus 14.28).
No batismo de João, o rio Jordão, que nascia em cima, levava os pecados de quem era imerso nas águas para o lugar mais baixo, o mar Morto. Simbolicamente, essa é uma metáfora sobre uma das funções da água viva, que é o Espírito de Deus e sua palavra, a de nos lavar, purificar e levar nossos pecados para o lugar do esquecimento.
O ministério das águas vivas acontece quando somos ministrados por essas águas, quando essa fonte passa a fluir em nosso interior, como mesmo nos disse nosso mestre Yeshua em João 7.38, que diz: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu interior". Nas escrituras vemos Deus operando através do tanque de Betesda, aonde um anjo vinha e agitava as águas (João 5.2-4). Vemos um cego sendo curado ao mestre o ordenar a lavar-se nas águas do tanque de Siloé (João 9.7). A bíblia nos diz em Gênesis 1.2 que o Espírito de Deus agitava as águas. Também em Salmos 46.4 diz que há um rio que corre do trono de Deus e traz alegra. É o rio de águas vivas do Espírito que vem de Deus, para nos trazer restauração, salvação, cura, libertação, renovo e vida em plenitude.




sábado, 21 de janeiro de 2012

RESTAURANDO AS RAÍZES DA FÉ

AS RAÍZES
Certa vez quando estava em uma área verde fui levado para olhar para as raízes de uma árvore. Comecei a meditar sobre as raízes de nossa fé. Interessante saber que o que sustenta a árvore em pé é a raiz. Em árvores grandes, às vezes a raiz tem o tamanho de seu tronco, para poder sustenta-la. É o primeiro elemento a nascer em uma semente. A raiz brota diretamente do embrião de uma semente. É o princípio, a ideia primordial da reprodução. As raízes vão se aprofundando no solo e, na profundidade, encontram os alimentos e água necessários para alimentar a árvore. É sobre esse princípio primordial que abordaremos a importância de voltarmos a nossas origens da igreja do primeiro século, aos princípios de Deus e sua palavra.
NO PRINCÍPIO
A igreja do primeiro século fundamentava-se na comunhão, todos tinham os mesmos objetivos. Eles alegravam-se com a expansão do Reino de Deus, em ver vidas sendo salvas e recebendo a salvação integral operada pelo Messias Yeshua. Não havia reinos particulares, divididos. Não havia o evangelho da prosperidade e da confissão positiva, mas sim o suprimento das necessidades de todos, pois era uma comunidade aberta, que compartilhavam seus bens materiais. Além disso, o poder de Deus operava de forma impactante, pois era alicerçado no princípio do Salmos 33, em que a comunhão atrai a unção. Perseveravam nos estudos das escrituras transmitidos pelos apóstolos (ver Atos 2).
As escrituras que eles dispunham eram a Torah (Lei), Neviim (Profetas) e Escritos (Salmos e os outros livros históricos), tudo aplicado à mensagem do B’rit Hadashah (Novo Testamento). Eles não possuíam ainda o Novo Testamento que nós hoje temos em mãos, porém, contavam com os testemunhos dos profetas nas Escrituras Sagradas e dos apóstolos, testemunhas vivas do cumprimento das profecias. O próprio mestre Yeshua se referiu as escrituras como sendo Lei, Profetas e Salmos: “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos (Lucas 27.44). Eles partiam o pão em casa em casa, no entanto, não era um minúsculo pedacinho de pão cortado e um minimizado copinho de vinho, mas era a refeição do Seder , um jantar da comunhão, da amizade, da solidariedade. Faziam o Seder de Pessach (refeição da páscoa) como uma obediência a palavra do Eterno e como ato profético sobre a morte, ressureição e vinda do Messias Yeshua. Eles oravam, de verdade, três vezes ao dia no templo. Tinham sede e fome de Deus, de ver Deus se manifestando trazendo graça, virtude, salvação e cura para o ser de forma integral.

RAÍZES QUEBRADAS
Até o primeiro século da era comum (D.C.) a igreja se reunia nas casas de forma sigilosa, pois não havia liberdade de expressão de sua fé. No entanto, frequentavam o templo, participavam dos estudos e ensinamentos da torá e dos profetas aos sábados como e com os demais judeus, além dos gentios crentes. Também, celebravam as festas bíblicas com alegria, pois, as festas, como a Pessach (páscoa) 1 Corintios 5.7 /Lucas 22.7,8; Sukot (tabernáculos) João 7.2,10; Shavuot (pentencostes) eram as principais celebradas por Yeshua e pelos apóstolos, 1 Corintios 16.8 / Atos 2.1-4. Após o primeiro século, com o crescimento dos gentios se convertendo ao Caminho, começou-se a se organizar os concílio para tratar dos assuntos da Igreja. No entanto, bispos de Roma e de Antioquia tomaram a primazia, repudiando os judeus e a igreja de Jerusalém. Transferiram a capital da fé, Jerusalém, e a liderança, que passou a ter Roma como sede. Cortaram as festas bíblicas, a leitura da Toráh em Hebraico e ate os cânticos de Salmos foram ligeiramente diminuídos. Ainda no século II, Constantino adotou a igreja cristã como religião oficial do Império Romano. Houve adesão em massa, no entanto, costumes pagãos foram introduzidos na prática da Igreja. A Igreja a partir daí tornou-se instituição do Estado e não mais corpo vivo do Messias. Por séculos a igreja tem seguido sua influência e ainda hoje possui semelhanças, resquícios de sua deturpação e apostasia. A reforma não foi suficiente, pois trata as coisas com superficialidade. É necessária haver uma radical uma restauração. Uma restauração bíblica e espiritual da fé, como a igreja do primeiro século.

A RESTAURAÇÃO
Nossos valores precisam ser revistos, nossa teologia com base na filosofia grega precisa dar lugar à palavra genuína do evangelho pleno. Precisamos abandonar as falsas doutrinas romanas, a teologia da riqueza, as hierarquias dominadoras e os holofotes ministeriais dos egos infláveis. Devemos renunciar a visão imperial romana, dominadora e opressora das mentes subjugadas. Há uma urgência em voltarmos às raízes, para não correr o risco de apostasia, o que já é realidade. A igreja pouco a pouco está abandonando sua fé nos tratados dogmáticos dos concílios romanos, como também na reforma protestante como conquista absoluta. O evangelho aristotélico de Tomás de Aquino e a visão platônica de Agostinho estão sendo bombardeados e enfraquecidos. O sistema babilônico, assírio, medo-persa, grego e o romano já ruíram fisicamente. Porém, é necessário um golpe mortal para que venha a ruir espiritualmente. Isso sucederá na restauração final de todas as coisas, com a segunda vinda do Messias Yeshua ao toque do shofar (trombeta) de Deus.
A semente genuína do evangelho puro está brotando e nos trazendo de volta ao útero, à fonte inesgotável que é Deus e sua palavra viva. O embrião da fé baseada no evangelho todo para todos, está firmando suas raízes em solo fértil do rio do Espírito. As raízes estão sendo restauradas, para que ela penetre em solo profundo e absorva o verdadeiro alimento que dá vida. Nos salmos primeiro nos diz que aquele que tem prazer na palavra de Deus, será como árvore plantada junto aos ribeiros de águas (Salmos 1.2). Isso confirma a palavra profética de Jeremias 17. 7,8, que reafirma a confiança em Deus e assim nos compara com uma árvore que recebe vida do rio de Deus.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Série Gênesis: ESPINHOS E ABROLHOS



Uma das maldições produzidas na terra por meio da desobediência foi a produção de espinhos e abrolhos. O decreto veio da parte de Deus, como alterações na natureza, algo consequente da quebra da aliança do homem com Deus (Gênesis 3.18). Espinhos são os causadores de sofrimento e abrolhos são os impedimentos que bloqueiam o crescimento. Aquilo que nos fere tira sangue de nós, ou seja, a vida que está dentro. O sangue que jorra de dentro de nós por causa das aberturas que os espinhos produzem, é esvaído e tornamo-nos mais pobres de vida. Assim, passamos a ter a força e ânimo diminuídos, não conseguimos desenvolver plenamente nossas potencialidades.
Precisamos entender que a redenção da natureza, da terra, ainda é algo para o futuro. Cabe a nós con-viver com a realidade dos espinhos e abrolhos desta vida. No entanto, nos aguarda uma restauração vinda de Deus, para arrancar os grilhões que nos machuca e estancar o sangue, para que a vida não se vá. Assim, Deus cicatriza as feridas, ficando apenas as marcas do testemunho da operação de Deus. Nós ainda não estamos onde deveríamos estar. Na segunda carta aos Coríntios 12.7 o apóstolo Paulo pediu para que Deus tirasse o espinho da carne que o incomodavam. Ele falou de forma metafórica, logicamente referindo-se a algo não físico, porém na esfera do coração-mente-espírito. Espinhos e abrolhos impedem nosso desenvolvimento total em várias áreas da vida. Família, relações sociais, intelecto e psico-emocional, espiritual, econômico e espiritual precisam ser tocados pelas mãos do Eterno, para que haja cura, restauração e regeneração. A árvore da vida com suas folhas e frutos precisa servir de cura para as nações, assim também para nós.
Quando prenderam Yeshua e o feriram, colocaram uma coroa de espinhos, o bateram com um bastão, o humilharam e escarneceram dele. Ali, a terra reinvindicou a maldição do gênesis, de que os espinhos serviriam como instrumento e símbolo do dano causado ao homem. Os espinhos não somente feriu sua cabeça, como também os espinhos espirituais da humilhação, desprezo, blasfêmia e desonra o atingiu em seu interior. No entanto, Deus o elevou às alturas, novamente ao paraíso edênico superior.
Na medida em que buscamos a comunhão com Deus pela obediência e pureza de alma, profeticamente retornamos para o Gan-Eden (Jardim do Eden, de delícias) e desfrutarmos das delícias que nos foi preparada. Precisamos retornar para a comunhão da presença (shekinah), para a inocência (ausência de culpa), para a alta capacidade de inteligência para governar em diversos níveis, para o núcleo das riquezas e mistérios oriundos do centro do Jardim, lugar de desfrute de uma vida plena em Deus. Para isso, devemos nos livrar dos espinhos e abrolhos, que são feridas produzidas na alma, fruto da desobediência. E para retornar ao Éden, precisamos operar pelo princípio da obediência, eliminando assim a maldição que nos foi herdada.

O VENTO SOPRA ONDE QUER


Mensagem baseada em minha pregação em Puerto Maldonado - Peru, 2011.

Quando Nicodemos, um mestre rabino judeu foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.  Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Este diálogo está registrado no evangelho de João 3.2,3. A partir daí desenrola-se um dos maiores ensinamentos do mestre Yeshua (Jesus). Ele então explica sobre o nascer de novo. Para ilustrar em analogia o que ele estava ensinando, no versículo oito usou o elemento vento para clarear o sentido.
                O vento. O vento faz parte da natureza, representa o sopro divino, a vida que anima o ser. O vento é símbolo do Espírito de Deus. Espírito-vento, hálito de Deus, sussurrando as palavras divinas da criação. Em gênesis capítulo um, versículo dois diz que o vento se movia sobre as águas. Ele estava lá, Deus soprando seu fôlego que dava movimento e vida a toda criação. O vento enche e preenche o vazio, levantando o homem do estado caído, do estado de morte.
O vento sopra. O vento está em constante movimento. Na criação, ele se movia sobre a face das águas. Deus soprou no homem a nefesh, a alma vivente, dando vida natural ao ser. No entanto, também sopra o Ruach, o Espírito vivificante que nos leva a conhecer e reconhecer a Deus de fato, quem e como Ele é, sua natureza, seus atributos, sua identidade, mas principalmente sua essência. Nos leva a conhecê-lo sem as arestas e falseações filosóficas ou religiosas, mas o Deus vivo que dá vida. O vento sopra porque ele tem vida e nos dá vida, cria e recria algo novo dentro e fora do homem. Seu movimento muda o curso circunstancial da existência e transforma a realidade, trazendo uma nova criação, fruto do poder e vontade de Deus.
Sopra onde quer. O objetivo do Espirito-vento não é realizar nossa vontade, encher e satisfazer nosso ego. Ele expressa a perfeita e sublime vontade de Deus, dentro dos propósitos criativos dele. Ele tem vontade própria, não está sujeito às manipulações e técnicas utilizadas pelo homem. Não se pode conter o vento. Ele age na direção certa, na pessoa que ele quer agir e decide por si o que fazer. Onde há o Espírito de Deus aí há liberdade, diz em segunda aos Coríntios 3.17. O Espírito é livre e traz liberdade. Por isso ele age como Deus determina, tirando toda espécie de escravidão, nos levando a entrar e nos alinhar com sua vontade.
Ouves a sua voz. Difícil é ouvir a voz do vento. Vivemos muito ocupados para isso. É preciso aquietar-se da agitação do dia-a-dia e parar para ouvir a voz do Espírito. Disse Jesus: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. A grande diferença entre ouvir e escutar é que ouvimos muitos sons, mas não damos atenção a eles. No entanto, ouvir é prestar atenção, assimilar, absorver e compreender com o coração o que se ouviu. Muitas vezes ouvimos somente a voz do nosso coração clamando por vingança, por paixões vis e desejos negativos. Precisamos aprender a silenciar nosso coração para ouvir a voz que vem de Deus, a voz do céu.
Não sabes de onde vem, nem pra onde vai. A pessoa que recebe o sopro divino e tem Deus como guia de sua vida é submisso e obedece a sua vontade. Deve estar disposto a seguir não seu próprio caminho, mas o caminho de Deus. Não misturar nossos caminhos com a vereda da justiça é tarefa complexa. O ser humano gosta mesmo é de liberdade, a liberdade sem a direção divina. Por isso muitos caem e erram o alvo constantemente. A direção é Deus quem dá, o que precisamos é obedecer para ter êxito.
Assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Nessa analogia, Jesus conclui essa parte com muita sabedoria. Ele fala de uma nova criatura, de uma nova pessoa. Revela atributos de alguém que não se apega a suas filosofias e teologias fabricadas artificialmente pela retórica, mas que tem vida de Deus dentro de si. O que pulsa é o desejo de conhecer Deus a fundo. Revela uma pessoa disposta a se despir de sua roupagem suja, antiga e remendada, e vestir uma nova roupagem, segundo os padrões celestiais. Requer renúncia, rompimento com padrões mentais, disposição para servir e ser guiado. Requer contato de comunhão diária, ouvido apurado capaz de discernir as multidões de vozes e identificar a voz do sopro divino, mesmo que sussurrado. É sair dos ventos de tempestade da ganância materialista e consumista, para poder experimentar sentir a brisa suave de Deus em nós. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

CAMPOS DE BATALHAS ESPIRITUAIS



Quando falamos em batalha espiritual às vezes vem em nossa mente uma grande perseguição, manifestações de demônios ou problemas de ordem geral que afetam nossa vida, família, finanças e área espiritual. No entanto, para entender especificamente sobre batalha espiritual, precisamos saber em que esferas elas acontecem, para depois poder estar firmes no combate, atacando o alvo certo.
Na esfera celestial, o adversário busca uma palavra ou atitude em que ele nos põe à prova diante de Deus para nos envergonhar ou derrubar. São o que chamamos de peneiração. Ele agiu assim com Jó, e também com Pedro (Lc 22. 31,32). 
Na mente acontecem as Interferências externas, que são sistemas de pensamentos e conceitos de ordem humana, que são reflexos de idéias de ordem maligna, pois o acusador sempre tentará combater a mente com conceitos do andares inferiores, ou seja, da terra e do inferno, como forma de se opor a Deus. Assim, ele sopra pensamentos religiosos, idéias humanistas, conceitos, filosofias diversas e falsos ensinos, com a finalidade de distorcer os fatos e criar oposição espiritual. Veja o exemplo de Pedro em Mateus 16.21-23.
Sabemos que o homem foi feito do pó e seu destino será o pó (morte) conforme Gênesis 3.4.
O desejo do adversário é nos fazer morrer. Pó degenerado é pó caído e desintegrado. Este é o estado de morte. Quando pecamos, morremos, portanto estamos em estado de queda. Isso pode ser momentâneo, mas se for voluntariamente, implicará em alimento para ele. Através do pecado o inimigo se fortalece. Foi assim que ele deixou de ser a antiga serpente para se transformar em dragão (Apocalipse 12.9). Sendo assim, ele busca se alimentar da desgraça alheia e tenta causar confusões e destruição.
         Nossa luta não é contra carne ou sangue (pessoas/irmãos), mas contra seres espirituais. No entanto, na luta espiritual, o que mais o adversário usa para nos confrontar são pessoas. Ele busca brechas para agir e encontrando-as, ele coloca diversas situações envolvendo até irmãos da igreja para causar divisões. Mas devemos combater o mal pela raiz, não revidando ou se vingando, mas combatendo o combate espiritual da fé.
      Esses campos de batalha não são os únicos, no entanto, é de fundamental importância a abordagem desse tema especificamente nestes termos, a fim de levar os crentes em Deus a uma consciência da proteção individual ao enfrentar situações de risco em batalhas espirituais.
       Além disso, existem na esfera religiosa, instrumentos de desestruturação de igrejas, as quais impedem o crescimento saudável das comunidades do Messias Yaeshua. São os espíritos que atuam por meio de teologias, filosofias religiosas e facções. Existem de forma ocultas e subliminares, como o totemismo, onde o clã familiar domina como donos do território. Também, o espírito de Jezabel, um misto de mulher-rainha, controladora e manipuladora, que subjulga os homens. Há os Nicolaitas, que são os doutrinadores, espécie de alto clero, mandas-chuvas da doutrinação e da inquisição religiosa. Também, os falsos apóstolos, falsos profetas e falsos judeus, chamados de sinagogas de satanás. São pessoas que outrora eram ministros e sacerdotes de Deus, que se corromperam deixando-se levar pela vaidade e soberba, porém mantendo o status quo. Os tais são falsos profetas e falsos irmãos, que se introduzem nas igrejas ou estão dentro, porém se desviam da verdade. Esse tema será abordado em outra ocasião, caso Deus permita.

O chamado - Introdução


A vida de Abraão constitui uma referência mundial e histórica de fé, determinação e coragem. Sua fé em Deus, o Deus único e supremo foi desafiadora num mundo impregnado de paganismo e idolatria. Ur dos Caldeus era a cidade de berço de Abraão. Uma cidade próxima de Babilônia, que recebeu forte influência da adoração babilônica e seus templos em forma de torre em espiral. Entre os diversos deuses que os Caldeus cultuavam, o principal era o deus sin, deus da lua. Vidas humanas eram sacrificadas no altar de seus templos, pois, segundo suas crenças, sem sangue não nascia o sol, não brilhava a lua, nem as estrelas.
De todos os habitantes daquela região, havia um que tinha algo especial que o diferenciava da maioria. Abraão tinha uma semente dentro dele, uma semente de vida. Em seu espírito algo o inquietava, o despertava. Ele sabia de suas origens, que certamente não era hebreia ou judaica, pois a nação de Israel ainda não havia sido formada. Mas suas raízes eram mais profundas, fazia parte da semente dos semitas, ou seja, da descendência de Sem, filho de Noé. Segundo a genealogia de Gênesis capítulo 11, Abraão fazia parte da geração de Sem. E Sem havia recebido a palavra profética de Noé em que seria o cabeça dentre seus filhos e geração. Sem seria o líder, o cabeça das nações. Abraão, sendo da linhagem de Sem se tornou o patriarca da nação de Israel, sendo a mesma raiz do Messias Yeshua (Jesus).
O que fazia dele diferente da maioria? Qual a origem do chamado de Abraão? Como ele saberia distinguir a voz de Deus em meio a tanta depravação e idolatria? Dentro dele a semente do conhecimento de Deus clamava mais forte do que as crenças caldéias e babilônicas. Ele não pertencia a geração da idolatria, mas da descendência dos filhos de Deus, na fé e conhecimento no Deus único e verdadeiro. Fé essa baseada no conhecimento de fontes orais de seus antepassados semitas, de que Deus é o Senhor da terra e céus e tem uma aliança de vida, paz e bênçãos. Isso explica em parte o porquê de Abraão ser o pai da nação de Israel e de todos os que creem em Deus. Fé, confiança e promessa estão interligadas. Ele teve fé, mas Deus tinha uma promessa.
Certamente sua fé era baseada no conhecimento, mesmo que remoto das ações de Deus no princípio, na vida de seus antepassados. Fé e conhecimento, razão e inteligência podem perfeitamente estar interligadas. A fé não é algo irracional, desprovida de ciência. Pelo contrário, é necessário ter conhecimento do objeto de crença (Deus), ainda que não explicada pela razão ou pelos sentidos. A palavra hebraica para fé é Emunah, que significa ter confiança. É algo mais profundo do que simples crença. É confiança em quem a pessoa conhece, sente-se segura em entregar-se. Abraão entregou sua vida, sua família, seu futuro e seus pertences nas mãos de Deus, porque ele conheceu sua verdade, ainda que de forma imperfeita.
O conhecimento que Abraão teve de Deus, não somente veio de fontes orais, mas também da voz de Deus que falava em seu interior e de aparições e revelações diretas. Isso se deu progressivamente. À medida que o coração de Abraão se enquietava com isso, mais ele buscava respostas. Isso durou boa parte da vida de Abraão, até ele receber as promessas. Podemos confiar nas promessas de Deus, e com a mesma confiança de Abraão ser agraciados com o cumprimento profético de sua palavra encarnada em nós.
Quando uma pessoa pertence a Deus, cedo ou tarde volta-se para as raízes de sua fé, de sua identidade espiritual, que não é produzida artificialmente segundo as tradições dos homens e rudimentos do mundo. Mas através do sopro divino da boca de Deus, do ruach, como fôlego que dá ânimo a alma e o leva a aproximar-se do divino de forma espiritual e genuína, sem os artifícios produzidos pela religião.

JESUS HOMEM



       Proponho-me nesta mensagem apresentar um Jesus mais humanizado, um Jesus que está presente, que se relaciona, que se envolve, que gosta de gente, pois se fez gente como nós e compreende absolutamente a natureza humana. Longe de apresentar um evangelho humanista, que põe o antropocentrismo como fundamento, ou até mesmo um Cristo histórico, como ser político, apresento um Jesus que tem a ver com nossas lutas, sofrimentos, angústias, alegrias e conquistas.
Nunca na história se fez necessário enfocar a humanidade de Jesus, em tempos de tanta artificialidade, do pós-modernismo materialista e do evangelho da prosperidade. No meio de uma humanidade sem sentido de vida, onde Deus só serve para satisfação pessoal de egos infláveis, de presentear com bens e realizar sonhos individualistas, é que se faz necessário falar de um Jesus menos místico e imanente, e sim de um amigo alegre, leve, amigável, afável, porém também realista, que deixando seu mundo de eternidade gloriosa, transcendeu sua visão para uma perspectiva do olhar humano da vida. Aqui em baixo a vida é diferente.
Sua ótica não é absolutista. Ele entendeu as contradições humanas, suas dubiedades e debilidades. Limitações e violência, guerras de poder, medições de forças nucleares, políticas e econômicas. Ele não se preocupa necessariamente com as grandes questões. Elas são importantes para o desfecho escatológico do Reino de Deus. No entanto, ele se preocupa com as relações dos homens. Do homem com o divino, do homem com o humano e do homem com o divino-humano. Estas três esferas se interligam no consenso dos principais mandamentos, amar a Deus e ao próximo.
       Hoje as pessoas têm números, são reconhecidas como produto, são consumidas em sua fé e serviço, vistas como resultado de uma fabricação de um evangelho em série industrializada, personalista e com ambições de poder religioso e político.
Jesus nasceu, cresceu, trabalhou, teve fome, chorou, sofreu e morreu. Foi o divino que se tornou humano, enquanto os humanos tentam se tornar divinos.