Uma das maldições produzidas na terra por meio da desobediência foi a produção de espinhos e abrolhos. O decreto
veio da parte de Deus, como alterações na natureza, algo consequente da quebra
da aliança do homem com Deus (Gênesis 3.18). Espinhos são os causadores de
sofrimento e abrolhos são os impedimentos que bloqueiam o crescimento. Aquilo
que nos fere tira sangue de nós, ou seja, a vida que está dentro. O sangue que
jorra de dentro de nós por causa das aberturas que os espinhos produzem, é
esvaído e tornamo-nos mais pobres de vida. Assim, passamos a ter a força e
ânimo diminuídos, não conseguimos desenvolver plenamente nossas
potencialidades.
Precisamos entender
que a redenção da natureza, da terra, ainda é algo para o futuro. Cabe a nós
con-viver com a realidade dos espinhos e abrolhos desta vida. No entanto, nos
aguarda uma restauração vinda de Deus, para arrancar os grilhões que nos
machuca e estancar o sangue, para que a vida não se vá. Assim, Deus cicatriza
as feridas, ficando apenas as marcas do testemunho da operação de Deus. Nós
ainda não estamos onde deveríamos estar. Na segunda carta aos Coríntios 12.7 o apóstolo
Paulo pediu para que Deus tirasse o espinho da carne que o incomodavam. Ele
falou de forma metafórica, logicamente referindo-se a algo não físico, porém na
esfera do coração-mente-espírito. Espinhos e abrolhos impedem nosso
desenvolvimento total em várias áreas da vida. Família, relações sociais, intelecto
e psico-emocional, espiritual, econômico e espiritual precisam ser tocados
pelas mãos do Eterno, para que haja cura, restauração e regeneração. A árvore
da vida com suas folhas e frutos precisa servir de cura para as nações, assim
também para nós.
Quando
prenderam Yeshua e o feriram, colocaram uma coroa de espinhos, o bateram com um
bastão, o humilharam e escarneceram dele. Ali, a terra reinvindicou a maldição
do gênesis, de que os espinhos serviriam como instrumento e símbolo do dano
causado ao homem. Os espinhos não somente feriu sua cabeça, como também os
espinhos espirituais da humilhação, desprezo, blasfêmia e desonra o atingiu em seu
interior. No entanto, Deus o elevou às alturas, novamente ao paraíso edênico
superior.
Na medida em que buscamos a comunhão com Deus pela obediência e pureza de alma, profeticamente retornamos
para o Gan-Eden (Jardim do Eden, de delícias) e desfrutarmos das delícias que
nos foi preparada. Precisamos retornar para a comunhão da presença (shekinah),
para a inocência (ausência de culpa), para a alta capacidade de inteligência
para governar em diversos níveis, para o núcleo das riquezas e mistérios
oriundos do centro do Jardim, lugar de desfrute de uma vida plena em Deus. Para
isso, devemos nos livrar dos espinhos e abrolhos, que são feridas produzidas na
alma, fruto da desobediência. E para retornar ao Éden, precisamos operar pelo
princípio da obediência, eliminando assim a maldição que nos foi herdada.
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