quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

JESUS HOMEM



       Proponho-me nesta mensagem apresentar um Jesus mais humanizado, um Jesus que está presente, que se relaciona, que se envolve, que gosta de gente, pois se fez gente como nós e compreende absolutamente a natureza humana. Longe de apresentar um evangelho humanista, que põe o antropocentrismo como fundamento, ou até mesmo um Cristo histórico, como ser político, apresento um Jesus que tem a ver com nossas lutas, sofrimentos, angústias, alegrias e conquistas.
Nunca na história se fez necessário enfocar a humanidade de Jesus, em tempos de tanta artificialidade, do pós-modernismo materialista e do evangelho da prosperidade. No meio de uma humanidade sem sentido de vida, onde Deus só serve para satisfação pessoal de egos infláveis, de presentear com bens e realizar sonhos individualistas, é que se faz necessário falar de um Jesus menos místico e imanente, e sim de um amigo alegre, leve, amigável, afável, porém também realista, que deixando seu mundo de eternidade gloriosa, transcendeu sua visão para uma perspectiva do olhar humano da vida. Aqui em baixo a vida é diferente.
Sua ótica não é absolutista. Ele entendeu as contradições humanas, suas dubiedades e debilidades. Limitações e violência, guerras de poder, medições de forças nucleares, políticas e econômicas. Ele não se preocupa necessariamente com as grandes questões. Elas são importantes para o desfecho escatológico do Reino de Deus. No entanto, ele se preocupa com as relações dos homens. Do homem com o divino, do homem com o humano e do homem com o divino-humano. Estas três esferas se interligam no consenso dos principais mandamentos, amar a Deus e ao próximo.
       Hoje as pessoas têm números, são reconhecidas como produto, são consumidas em sua fé e serviço, vistas como resultado de uma fabricação de um evangelho em série industrializada, personalista e com ambições de poder religioso e político.
Jesus nasceu, cresceu, trabalhou, teve fome, chorou, sofreu e morreu. Foi o divino que se tornou humano, enquanto os humanos tentam se tornar divinos.