sábado, 21 de janeiro de 2012

RESTAURANDO AS RAÍZES DA FÉ

AS RAÍZES
Certa vez quando estava em uma área verde fui levado para olhar para as raízes de uma árvore. Comecei a meditar sobre as raízes de nossa fé. Interessante saber que o que sustenta a árvore em pé é a raiz. Em árvores grandes, às vezes a raiz tem o tamanho de seu tronco, para poder sustenta-la. É o primeiro elemento a nascer em uma semente. A raiz brota diretamente do embrião de uma semente. É o princípio, a ideia primordial da reprodução. As raízes vão se aprofundando no solo e, na profundidade, encontram os alimentos e água necessários para alimentar a árvore. É sobre esse princípio primordial que abordaremos a importância de voltarmos a nossas origens da igreja do primeiro século, aos princípios de Deus e sua palavra.
NO PRINCÍPIO
A igreja do primeiro século fundamentava-se na comunhão, todos tinham os mesmos objetivos. Eles alegravam-se com a expansão do Reino de Deus, em ver vidas sendo salvas e recebendo a salvação integral operada pelo Messias Yeshua. Não havia reinos particulares, divididos. Não havia o evangelho da prosperidade e da confissão positiva, mas sim o suprimento das necessidades de todos, pois era uma comunidade aberta, que compartilhavam seus bens materiais. Além disso, o poder de Deus operava de forma impactante, pois era alicerçado no princípio do Salmos 33, em que a comunhão atrai a unção. Perseveravam nos estudos das escrituras transmitidos pelos apóstolos (ver Atos 2).
As escrituras que eles dispunham eram a Torah (Lei), Neviim (Profetas) e Escritos (Salmos e os outros livros históricos), tudo aplicado à mensagem do B’rit Hadashah (Novo Testamento). Eles não possuíam ainda o Novo Testamento que nós hoje temos em mãos, porém, contavam com os testemunhos dos profetas nas Escrituras Sagradas e dos apóstolos, testemunhas vivas do cumprimento das profecias. O próprio mestre Yeshua se referiu as escrituras como sendo Lei, Profetas e Salmos: “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos (Lucas 27.44). Eles partiam o pão em casa em casa, no entanto, não era um minúsculo pedacinho de pão cortado e um minimizado copinho de vinho, mas era a refeição do Seder , um jantar da comunhão, da amizade, da solidariedade. Faziam o Seder de Pessach (refeição da páscoa) como uma obediência a palavra do Eterno e como ato profético sobre a morte, ressureição e vinda do Messias Yeshua. Eles oravam, de verdade, três vezes ao dia no templo. Tinham sede e fome de Deus, de ver Deus se manifestando trazendo graça, virtude, salvação e cura para o ser de forma integral.

RAÍZES QUEBRADAS
Até o primeiro século da era comum (D.C.) a igreja se reunia nas casas de forma sigilosa, pois não havia liberdade de expressão de sua fé. No entanto, frequentavam o templo, participavam dos estudos e ensinamentos da torá e dos profetas aos sábados como e com os demais judeus, além dos gentios crentes. Também, celebravam as festas bíblicas com alegria, pois, as festas, como a Pessach (páscoa) 1 Corintios 5.7 /Lucas 22.7,8; Sukot (tabernáculos) João 7.2,10; Shavuot (pentencostes) eram as principais celebradas por Yeshua e pelos apóstolos, 1 Corintios 16.8 / Atos 2.1-4. Após o primeiro século, com o crescimento dos gentios se convertendo ao Caminho, começou-se a se organizar os concílio para tratar dos assuntos da Igreja. No entanto, bispos de Roma e de Antioquia tomaram a primazia, repudiando os judeus e a igreja de Jerusalém. Transferiram a capital da fé, Jerusalém, e a liderança, que passou a ter Roma como sede. Cortaram as festas bíblicas, a leitura da Toráh em Hebraico e ate os cânticos de Salmos foram ligeiramente diminuídos. Ainda no século II, Constantino adotou a igreja cristã como religião oficial do Império Romano. Houve adesão em massa, no entanto, costumes pagãos foram introduzidos na prática da Igreja. A Igreja a partir daí tornou-se instituição do Estado e não mais corpo vivo do Messias. Por séculos a igreja tem seguido sua influência e ainda hoje possui semelhanças, resquícios de sua deturpação e apostasia. A reforma não foi suficiente, pois trata as coisas com superficialidade. É necessária haver uma radical uma restauração. Uma restauração bíblica e espiritual da fé, como a igreja do primeiro século.

A RESTAURAÇÃO
Nossos valores precisam ser revistos, nossa teologia com base na filosofia grega precisa dar lugar à palavra genuína do evangelho pleno. Precisamos abandonar as falsas doutrinas romanas, a teologia da riqueza, as hierarquias dominadoras e os holofotes ministeriais dos egos infláveis. Devemos renunciar a visão imperial romana, dominadora e opressora das mentes subjugadas. Há uma urgência em voltarmos às raízes, para não correr o risco de apostasia, o que já é realidade. A igreja pouco a pouco está abandonando sua fé nos tratados dogmáticos dos concílios romanos, como também na reforma protestante como conquista absoluta. O evangelho aristotélico de Tomás de Aquino e a visão platônica de Agostinho estão sendo bombardeados e enfraquecidos. O sistema babilônico, assírio, medo-persa, grego e o romano já ruíram fisicamente. Porém, é necessário um golpe mortal para que venha a ruir espiritualmente. Isso sucederá na restauração final de todas as coisas, com a segunda vinda do Messias Yeshua ao toque do shofar (trombeta) de Deus.
A semente genuína do evangelho puro está brotando e nos trazendo de volta ao útero, à fonte inesgotável que é Deus e sua palavra viva. O embrião da fé baseada no evangelho todo para todos, está firmando suas raízes em solo fértil do rio do Espírito. As raízes estão sendo restauradas, para que ela penetre em solo profundo e absorva o verdadeiro alimento que dá vida. Nos salmos primeiro nos diz que aquele que tem prazer na palavra de Deus, será como árvore plantada junto aos ribeiros de águas (Salmos 1.2). Isso confirma a palavra profética de Jeremias 17. 7,8, que reafirma a confiança em Deus e assim nos compara com uma árvore que recebe vida do rio de Deus.


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