segunda-feira, 30 de março de 2015

COMUNIDADE: O SENTIDO DE SER IGREJA




Gostaria de chamar a atenção para o conceito do termo "igreja" que tenho ensinado e pregado. Em hebraico, de onde foi originado o termo, a palavra é Kehilah ou kahal (comunidade), que traz o sentido pleno do termo, pois comunidade vem de "comunhão" ou tudo em comum e em ''unidade''. Fazendo a junção das duas palavras, temos o sentido de os servos de Deus têm tudo em comum e andam em unidade. A igreja estabelecida pele mestre Jesus descrita em Atos 2.42-47 e Atos 4.31-35 tem essas características. Isso faz a igreja não ser apenas uma instituição, mas um povo que vive em comunhão e unidade de fé, unidade de propósito, de conceitos, princípios e fundamentos. Assim, também de objetivos macros, que é o de estabelecimento do Reino dos Céus. O que prevalece não são os objetivos individuais, mas os que fazem a razão de ser dessa comunidade, a unidade plena. Igreja foi não chamada só para ser Eklesia (termo grego que originou a palavra igreja – chamados para fora), mas sim para ser comunidade, ter tudo em comum em unidade, sem perder o foco de sua missão e caráter. Não somente ser chamada para fora, mas para dentro, para ser una, cooperativa e edificante, para cumprir seu propósito a que foi edificada.

Mesmo fazendo parte de alguma maneira de um sistema eclesiástico hierárquico, podemos ter a humildade de, em parte, abrir mão do “status quo” que os títulos, cargos e posições nos proporcionam e nos aproximar mais da comunidade a qual estamos inseridos. Olhar para a realidade das pessoas e perceber suas necessidades, buscando meios de amenizar seus sofrimentos e trazer certo alívio de suas cargas são uma maneira de promover a igualdade, gerar oportunidades, melhorando suas vidas em todos os aspectos da existência. O que faz a igreja ser o que ela foi designada é não ter discriminações, acepções e muito menos oprimir ou impor jugos, valendo-se da superioridade eclesiástica para a dominação do rebanho. A razão de ser da comunidade de Jesus é que ela deva andar em amor uns para com os outros, e isso implica generosidade, justiça, misericórdia e igualdade. A prática da humildade e generosidade foi ensinado e demonstrado pelo Mestre, pois o maior será servo de todos (Lc 9.48).

A igreja no sentido de comunidade sempre existiu. No livro de Gênesis (Gn. 32.32) era chamada de B’nei Israel (filhos de Israel) e no livro do Êxodo (Êx.16.2) de Comunidade ou congregação de Israel. A Igreja ou comunidade de Jesus é formada por dois grupos, são duas alianças, dois povos, duas testemunhas em nome de Jesus. E o muro de separação está sendo derrubado, conforme escrito em Efésios 2.16, formando dos dois povos um só, uma unidade, formado pela comunidade dos filhos de Israel e a Comunidade de Jesus. Quando ele disse que iria edificar sua igreja /Comunidade (Mt. 16.18), ele usou o termo edificar e não fundar. Sendo assim, ele não criou uma nova religião, mas deu sequência ao princípio comunal, estabelecendo uma nova Aliança, renovada, levantando sua igreja com 12 homens escolhidos, e através da liderança de Pedro e Tiago, deixou o legado que foi vivenciado como descrito em Atos 2 e 4.

Pensando em esfera global, precisamos urgentemente nos unir, principalmente em tempos de atrocidades contra os filhos de Deus que estão sendo mortos como mártires em diversas partes do mundo. A perseguição deve servir de combustível para a unidade em Deus em favor dos povos não alcançados e dos perseguidos por causa da justiça e da palavra de Deus. Oremos todos pelas nações e uns pelos outros, pondo de lado as diferenças teológicas ou ideológicas, mas sermos diferentes, porém sendo um só povo, um só coração em Deus no Messias Jesus. Assim, veremos novamente os sinais e milagres sendo operados constantemente em nosso meio e milhões de vidas sendo salvas todos os dias em todas as nações.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CONHECER A VERDADE E SER VERDADEIRAMENTE LIVRE






Mensagem pregada em Novembro de 2014, baseada em João 8.30-32.

Começo esta mensagem descrevendo o texto que reflete o pensamento completo do mestre:“Dizendo ele estas coisas, muitos creram nele. Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
Nota-se que estamos vivendo em um tempo em que o evangelho está cada vez mais fragmentado, mutilado e multifacetado, ou seja, um evangelho cortado em partes, para agradar a gostos particulares. Não se prega mais o evangelho pleno, a palavra de Deus integral. Mas sim pedaços dele, como fatias de bolo, que cada um serve-se da parte que lhe agrada. Uns falam do evangelho da prosperidade, outros do evangelho celular, do evangelho profético, do evangelho da graça, enfim, cada um de acordo com seus interesses e aspirações pessoais.
O que precisa ser pregado e vivido é o Evangelho. Simples assim. E por causa das fragmentações é que as Escrituras são lidas e entendidas por fatias. Exemplo: quando se fala em João 8.32 o costumeiro é falar somente a última parte “...e conhecereis a verdade...” , aplicado a hermenêutica sempre ao outro, ao não-crente. Porém, se observarmos toda a fala de Jesus no contexto, veremos que ele fala dirigindo-se para os que passaram a crer nele. Então, segue-se os passos para se alcançar a verdadeira e plena libertação pelo crente: O primeiro passo é o fundamento, crer, confiar em Jesus. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele...” (v.30). O segundo é condicional para o terceiro, é obedecer, seguir, praticar seus mandamentos “Se vós permanecerdes na minha palavra”. O terceiro é uma consequência do segundo, que é se tornar discípulo, seguidor e aluno, “verdadeiramente sereis meus discípulos’’. Precisa de formação e maturidade em vários níveis: teológico-intelectual, moral e ético, espiritual, emocional e social. E somente como discípulo a pessoa terá as condições necessárias para conhecer a verdade.
A palavra conhecer em hebraico [d'y" (Yâda). Tem o sentido de penetração, de aprofundamento, de saber, compreender e experimentar. Quando Adão se relacionou sexualmente com Eva, a Bíblia diz que ele a conheceu, e ela engravidou, ou seja, gerou o fruto do conhecimento, que foi a vida. Quando conhecemos algo, queremos saber mais e se aprofundar mais ainda, isso é o conceito de penetração, de entrar, mergulhar e fazer parte, se tornando um só. Quando Adão e Eva provaram da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles na verdade se aliançaram com o tipo de conhecimento, experimentando do bem e do mal em profundidade. Por isso a humanidade passou a ser envolvida profundamente ou com o bem ou com o mal. A palavra verdade é tma (êmet), que é verdade no começo, no meio e no fim,  pois a letra a está no ínicio do alfabeto hebraico, a letra m (Mem) no meio, e a letra t (Tav) no fim. Conhecimento da verdade plena, sem contaminações só é possível quando se segue os passos revelados pelo mestre Yeshua, sendo um idymlt (talmid, discípulo). Quando se chega passo a passo ao conhecimento dessa verdade, a pessoa torna-se livre verdadeiramente, pois seus olhos se abrem e não é mais um escravo do engano e das meias verdades e falsas verdades. A libertação acontece em nível de mente, de alma, de espírito e de corpo também. É o conhecimento de Deus e das Escrituras que livra o homem do erro e do engano e o torna servo de Deus e do Reino dos Céus.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Oração Profética Pelo Brasil 2014.



 Minha oração ao Eterno em 2014:


   Eterno Deus, perdoa-nos toda a nação brasileira. Precisamos de cura das feridas que nos foi deixadas pelos antepassados, sendo algumas ainda abertas. Perdoa os colonizadores deste território por sua violação e abuso das mulheres indígenas que aqui habitavam. Que as consequências nefastas desse tipo de abuso, que traz o espírito de sensualidade, de opressão, de abusos e pedofilia, como também a idolatria do corpo e da beleza como objeto sexual e de prazer sejam banidos do coração deste povo. Perdoa-os pelos grilhões da escravatura e desumanidade com os negros, que foram explorados como se fossem animais, que viveram e morreram a serviço da coroa e do clero. Perdoa-os pelo despejar de homens da mais baixa extirpe que, trazidos como excremento da sociedade europeia, trouxeram para cá vícios, doenças e suas demais consequências. Perdoa-os pelo abuso dos inocentes nativos, que em sua ingenuidade, trocaram suas riquezas por espelhos e outras banalidades. Perdoa-os pela exploração predatória dos recursos naturais desta nação, que levados para a Europa, só enriqueceu mais ainda a Coroa. Perdoa os clérigos religiosos, que sob o pretexto de evangelização, impuseram sua cultura e tradições religiosas ritualísticas e "idolátricas" de forma impositiva aos nativos que aqui viviam. Perdoa-os por expulsarem e perseguirem também os judeus, que já fugindo de perseguições da chamada Santa Inquisição da Igreja romana em Portugal e Espanha, vieram aportar em terras brasileiras para se manterem vivos, e ainda assim foram expulsos do solo brasileiro.

      Perdoa Pai, os exploradores que, com suas capitanias hereditárias, ais quais se tornaram a herança da perpetuação no poder, ferindo os princípios de alternância e explorando ideológica, política e economicamente a população agonizante desta nação. Perdoa os patronos da antiga república, que mantinham escravos para manter suas riquezas nas fazendas, e deixaram a maldição do atraso tecnológico e científico, não permitindo que o Brasil se industrializasse, mas permanecesse como o é até hoje, um país de economia exportadora de grãos.

Perdoa Senhor, os governos populistas e os ditatoriais, que tiraram a liberdade de muitos, como também massacraram os civis de forma cruel, matando, torturando e deletando aqueles que não concordavam com sua ideologia militarista.

      Perdoa os charlatões da nação, que usurparam os bens e capitais privados em seus sistemas de cartéis e corrupção ativa. Também os patronos da velha política, os coronéis e os sanguessugas do poder, que prevalecem dominando com chantagens e lobbys, sucessivamente ocupando cadeiras sujas nas esferas do poder público. Perdoa a corrupção política e o atraso desta nação, que deveria ser uma potência em vários âmbitos, mas está manchada de excremento político e não consegue romper com os padrões da herança patronal e colonial. 
    Enfim Deus, perdoa a todos nós brasileiros, que ainda não sabemos votar, e que com pouca consciência política, ainda reivindicamos causas equivocadas, fazemos vandalismos nas ruas, votamos em pessoas despreparadas só para protestar, vendemos nosso voto e colocamos no poder exploradores da miséria e da ignorância dos pobres e simples desta nação.Venha governar nossa nação, em nome de Yeshua Ha Mashiach, Amém.

sábado, 28 de junho de 2014

OS FUNDAMENTOS DAS ÁGUAS

Reflexão baseada em Salmos 24.2.
 (Ministrada em junho na IMW RBO-Sul)

 É muito interessante meditar sobre fundamentos, sobre princípios. É na verdade empolgante! Mais ainda motivador é você ler um texto das Escrituras sagradas e de repente saltar entre seus olhos algo profundo e revelador. Deus tem seus mistérios e segredos e tem revelado em vários lugares verdades profundas em sua palavra.
 Davi estava profundamente abalado quando escreveu este salmo. Ali está descrito seus desapontamentos consigo mesmo, como sua esperança em algo grandioso. Revela ali também seu reconhecimento humilde na realeza de Deus e sua limitação humana frente à glória do Eterno. O contexto estava relacionado ao evento registrado em II Samuel 24, em que ele é incitado por Ha Satan a fazer o censo do exército de Israel, como uma forma de orgulho militar. Deus o repreendeu através do profeta e trouxe a ele uma sentença por causa disso. Depois do episódio Davi louva a Deus com um salmo que escreveu, reconhecendo a soberania do grande Rei.
No entanto, o que está registrado no versículo dois é algo bastante profundo: os fundamentos das águas. O salmos 24 inicia falando do governo e domínio de Deus na terra. Ele está falando do globo, dos territórios habitados, das civilizações, povos e aglomerados culturais. Deus é o dono de tudo. Em contraposição, Davi declara que os fundamentos não estão na terra, mas nas águas. Deus pôs seus fundamentos nos rios e nos mares. Qual a razão disso? por que não na terra, mas nos rios e mares? Todas as civilizações, desde o princípio criativo no Eden, às civilizações mesopotâmicas (Mesopotâmia significa entre rios, pois estava localizada entre os rios Tigre e Eufrates), como também a civilização egípcia no rio Nilo, a Ásia e a Grécia, bem como o império romano no Mar Mediterrâneo, se desenvolveram em regiões aonde haviam abundância de águas. Todos eles buscavam se estabelecer próximo às águas, pois estas são a razão do desenvolvimento, da sobrevivência e da vida. Algumas delas também ruíram justamente pela falta dela, por causa de secas devastadoras.
Em Eclesiastes 1.11 o sábio Salomão escreveu que "Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche...". Existem alguns fundamentos, sendo tres deles revelados, que são baseados no Salmos 24.2.

1. Os fundamentos dos rios. O primeiro deles seria de purificação. Uma das funções básicas da água é de lavar, purificar. Espiritualmente, água do rio de Deus nos lava e nos limpa interiormente para podermos subir ao Santuário do Eterno. É preciso ser limpos de mãos e puro de coração (v. 4). O segundo fundamento é o da renovação. Como disse certo filósofo, ninguém toma banho no mesmo rio duas vezes. Nem o rio é o mesmo, nem a pessoa. O rio está sempre em movimento, em renovação de águas. Assim deve nossa mente ser renovada, em termos de mentalidade, sentimentos e vontade. Deve-se adquirir por meio das águas divinas uma nova consciência, uma nova atitude sempre. Romper barreiras e bloqueios, quebrar paradigmas aprisionadores e receber uma nova visão de Deus e do Reino. O terceiro fundamento é de direção e destino. Os rios desembocam nos mares, assim os rios de Deus devem nos levar até as profundezas dos mares e oceanos, que é sua grandiosa presença.
2. Os fundamentos dos mares. Estes outros fundamentos são mais elevados que os primeiros, pois nosso destino é a presença de Deus, que é ampla abrangente e profunda. Estes são os tres fundamentos dos mares. Primeiro, é amplitude. Os mares, diferentemente dos rios, são bastante amplos. A grandiosidade de Deus precisa ser reconhecida. Sua infinitude, semelhante ao horizonte na contemplação dos mares deve estar em nosso foco de visão. Somos limitados, por isso limitamos a Deus à nossa mesquinhez e nossa pequenez. Impomos limites para Deus, e com isso nos limitamos a ver somente a pontinha do Iceberg. O segundo, é de abrangência. Os mares abrangem muitas cidades, territórios e até diversas nações juntamente. Isso nos mostra como precisamos ampliar nosso horizonte, saber que Deus ama todos os povos, ilhas, cidades, pessoas, grupos e todas as gentes do mundo inteiro. É preciso romper com a inveja e ciúmes, sentimentos que toldam as águas de nosso coração. Assim como os ativistas de ONGs, defensores da preservação dos rios e igarapés fazem campanhas para despoluição e preservação, devemos também fazer isso em nosso interior. Romper com os preconceitos, com os reinos particulares, com os exclusivismos teológicos e com facções de qualquer tipo, pois Deus é tão infinitamente abrangente em seu amor e bondade, que ele não pode se limitar a nossos gostos pessoais. E em terceiro, o fundamento dos mares é profundidade. Deus é profundo. Deus é misterioso e quer ser revelado. Ele não gosta de superficialidade. Ele não está na superfície."O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança (Salmos 25.14). Somente um mergulhador hábil e treinado sabe mergulhar nas profundezas dos oceanos e colher pérolas preciosas. Precisamos mergulhar em Deus. O conhecimento de Deus é melhor que sacrifício (Oséias 6.6). 
 Precisamos conhecer o coração de Deus, sua mente, seu caráter e sua misericórdia, para que cheguemos ao pleno conhecimento da verdade. Quando penetramos nas profundezas de Deus saímos do senso comum, do radicalismo, do humanismo, dos métodos insanos e calculistas, das neuroses, da religiosidade e da hipocrisia para um relacionamento de intimidade, de comunhão e de prazer em Deus. Podemos nos deleitar nele e, somente nele encontrar a verdadeira vida e paz. Ao permitir que o rio divino passe por nosso interior lavando nossa alma, as angústias e mazelas sairão. Seremos renovados em nossa mente, visão e atitudes. Seremos guiados pelo Espírito ao monte santo de IHWH, do Eterno. Assim, mergulharemos em seu coração, entraremos em íntima comunhão, seremos ricamente abençoados por sua presença e grandes segredos serão revelados, para a Glória do Rei. Shalom!

O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua alian

Salmos 25:14

domingo, 25 de maio de 2014

A Casa de Eli e a Geração Profética de Samuel (I Samuel 3.1)




A CASA DE ELI E A CASA DE SAMUEL



As definições de tempo para os antigos hebreus eram diferentes da contagem ocidental. Para eles o tempo é circular e não linear. O tempo de Deus é eternidade. Um dia é como mil anos e mil anos como um dia (Salmos 90.4). Os acontecimentos para Deus são de forma cíclica, de cumprimento de tempos que vêm e vão. As profecias bíblicas são contagens de tempos e estações (Daniel 2.21; 4.16; 7.25). Certa vez escrevi para um jornal local um artigo intitulado “O retorno à era de Lot”, falando de ciclos que se repetem, como o que tem acontecido nas sociedades mundiais hoje, como uma espécie de repetição do que acontecia em Sodoma e Gomorra.

Nota-se também, que estamos vivendo um tempo cíclico da geração de Samuel. Naqueles dias nos mostra as Escrituras que “a palavra do Senhor era rara e as visões não eram frequentes” (I Samuel 3.1). Isso tem se dado em nossa geração. Há um esvaziamento do conteúdo da pregação, da genuína escritura, e tem se pregado o humanismo, o materialismo, mensagens motivacionais, psicologismos e auto-satisfação e realização pessoal. A palavra de Deus está sendo rara em nossos dias. Poucos são os remanescentes que têm ensinado a verdade ao povo, que têm dito não o que eles querem ouvir, mas o que eles precisam ouvir da parte de Deus. Há uma superficialidade de idéias, de conceitos, de princípios.

A corrupção tem invadido o santuário, como era na casa de Eli. As negociatas com grupos políticos, os acordos, a troca de favores, os conchavos à portas fechadas têm trazido maldição para a casa de Deus. A permissividade aliada à anomia (a falta ou a quebra das leis) têm gerado um esfriamento generalizado, uma onda de insatisfação que permeia no meio daqueles que são sinceros e fiéis à aliança de Deus. A Casa de Eli é a do sacerdócio falido, fracassado. É o sacerdócio da desonra da aliança e do altar. Também, da família desintegrada. Não há temor, não há respeito à autoridade divina, mas sim o ministério da iniqüidade e da profanação (I Samuel 2.22-36). A geração de Eli esvazia a Glória da presença de Deus, seu fruto chama-se em hebraico IKavod (Foi-se a Glória).

Diante da corruptela desenfreada e absurdamente disseminada da Casa de Eli, Deus levanta uma nova geração, a geração profética da Casa de Samuel. É um fruto gerado pela oração e pelo clamor dos angustiados. Por outro lado, daqueles que ouvem a Deus, e o Eterno não deixa nenhuma palavra cair por terra. O ministério da Casa de Samuel é confirmado como ministério profético reconhecido e respaldado (I Samuel 3.20). A casa de Eli cai, é removida através da palavra profética de Samuel. O profeta estava debaixo da cobertura do sacerdote Eli, que era a cobertura que trazia maldição. A geração profética de Samuel sai debaixo do jugo da servidão e do ministério que não abençoa, mas que impede a bênção. E nos tempos de Samuel todo Israel foi abençoado por ele. A geração profética de Samuel tem algumas características: primeiro, vê e ouve a Deus (3.21). É a geração que traz a arca de volta, a presença de Deus para o meio do povo (6.15). É a geração que levanta o altar do sacrifício aceitável a Deus (7.9). É a geração que põe fundamentos e reconhece a supremacia divina dizendo “Even-Ezer” (Até aqui nos ajudou o Eterno). É a geração que vence os inimigos (7.13). E o mais importante, é a geração que destrona sacerdócios infiéis, estabelece o Reino (Saul, que caiu e foi deposto), como também estabelece a Casa de Davi, o Reino sacerdotal que é a base para o Reino Messiânico de Yeshua (Jesus).

Nestes dias Deus tem levantado a geração de Samuel, com a palavra e a visão profética para estabelecimento do Reino de Deus, para o cumprimento profético dos acontecimentos divinos preparado por Deus para este tempo que virá.